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quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Virando o milênio!



Ainda em meio a muita correria, sem tempo para o Blog, infelizmente... O computador "lotou" com todas as fotos e vídeos da viagem, minhas e das "gurias"!!! Inacreditável!!! Nunca pensei que conseguiria lotar este computador. Daí, ando envolvida com a árdua tarefa de liberar o disco a fim de viabilizar e agilizar o uso do computador!

Além disso, há o retorno ao trabalho, a roupa para lavar, e aí por diante... Sem falar nas férias que precisaria tirar para descansar das férias que tirei!!!

Enfim, chegará o dia, acreditem, em que retornarei! (Chegará???)

Hoje, porém, não podia deixar de registrar a virada dos mil!

OBRIGADÍSSIMA A TODOS!

Beijão!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

De volta!

Na verdade, voltei, ou voltamos, no sabado de madrugada (lah pelas 6-7 da manhan), mas ainda nao deu pra postar. Ainda estou me recuperando das quase 20 horas na estrada. Depois eu conto!

Agora estou no trabalho, num incomum intervalo de uma hora inteira, e aproveitei pra dar um "Oi!" a todos, ainda que meio rapido. Nao gosto de postar daqui, por causa da falta de acentos.

As "gurias" estao em Los Angeles (e acabei de ver na TV que houve um pequeno terremoto lah!!!) e voltam amanhan aa noite. Sabado estarei de ferias, de novo, e pretendemos dar uma chegada nas montanhas. Domingo elas partem para o Brasil, pela manhan.

Talvez soh consiga postar algo que preste lah pelo domingo ou segunda, e tambem tentar responder a todos os comentarios e emails que ficaram pendentes.

Por enquanto, ficam abracos e beijos a todos, cheios de saudade!

terça-feira, 31 de julho de 2007

Direto de Cortez, no sul do Colorado

Grand-Canyon
Four Corners
Silverton


Durango


Del Norte


Cortez

Mesa Verde
Trem Durango-Silverton-Durango

Oi a todos! Aqui estamos em Cortez, no sul do estado, finalmente num hotel que tem Internet!

Saimos de Louisville, a Margarida, a Gizelda, eu e a Samantha, no domingo depois das 4 da tarde. Viajamos ateh Del Norte, uma cidadezinha perto de Durango, que era nossa primeira etapa da viajem, onde dormimos a primeira noite.
Na segunda, pegamos um onibus ateh Silverton, e voltamos de trem tipo Maria Fumaca, pelo meio das montanhas. Um verdadeiro espetaculo!

Saimos de Durango jah quase aa noite e dirigimos ateh Mesa Verda, um parque nacional no meio do nada, onde chegamos aa noite. Dormimos no unico hotel que existe lah mesmo, e hoje visitamos o parque, incluindo uma excursao a uma das ruinas, descendo e subindo por inimaginaveis caminhos. Impressionante!

Da lah, viemos para Cortez, que fica bem pertinho, onde nos acomodamos num hotel legal, com direito a Internet, finalmente! Jah jantamos, e ainda pensamos em aproveitar a piscina termica antes de ir para a cama.

Amanha sairemos para Four Corners (unico lugar do pahis onde quatro estados se encontram, formando os quatro cantos: Colorado, Utah, Arizona e New Mexico. Eh uma regiao de reservas indigenas, tambem no meio do nada. Jah estive lah, ha sete anos, e gostei muito.

De lah, seguimos para o Grand Canyon, onde pretendemos chegar amanha aa noite, se tudo correr como o planejado.

Pena que nao tenho um daqueles pen-drives que me permitiria postar uma foto, mas aguardem, pois elas abundarao no nosso retorno a Louisville. Por essa razao, todas as fotos que aqui usei como ilustracao, nao sao de minha autoria, mas foram colhidas na Internet, de diversas fontes. Nao consegui organiza-las bem em ordem, mas fica pra outro dia, pois agora jah estou me demorando demais no computador.
Por enquanto, beijao a todos e obrigada a todos que comentaram e assinaram meu livro de visitas! Responderei a todos quando voltar!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Na Biblioteca

Oi a todos! Estou na biblioteca, em um raro intervalo de uma hora inteira para o almoco. Dahi, nao disponho de acentos, cedilhas, e outras cositas mas integrantes da nossa querida lingua patria.

Ando impossibilitada de blogar! Ateh mesmo todas as mensagens que recebi (Tiazinha, Cris, No...) e comentarios (Oscar, Tania, Beth, Van, e assim por diante...), ficaram no "limbo" aa espera de um tempinho para poder responde-las.

Minhas amigas chegaram, e, como imagino seja compreensivel, meu curtissimo tempo livre (mesmo com elas aqui, tenho que trabalhar) eh dedicado a elas.

Elas veem comigo para o trabalho, deixo-as no centro de Denver, elas turistam enquanto eu trabalho, encontram-me na Biblioteca e voltamos para casa juntas. Dahi eh comer, bater um papo nao muito longo e zarpar para a cama, que todo mundo tah cansado (elas especialmente, tendo que enfrentar a diferenca do fuso horario).

Ontem aa noite, como o Bruce estava trabalhando, fomos as tres a Boulder, onde comemos uma pizza no "Pearl Street Mall". Hoje aa noite, vamos ateh onde o Bruce vai estar trabalhando, que eh um "Farmer's Market" (literalmente, Mercado dos Fazendeiros) em Niwot, uma cidadezinha perto de Louisville. Antes, porem, quero mostrar a elas o centro de Louisville (deve levar uns dois minutos, mais ou menos, para mostrar-lhes o centro, tao grande ele eh!)

Enfim, ficam as noticias e o aviso de que voltarei a postar "normalmente" assim que o tempo permitir!

Beijos a todos

terça-feira, 24 de julho de 2007

Tenho que ir dormir!

Duas e meia da madrugada. Acabamos de limpar a casa, o Bruce e eu. Tivemos que deixar de lado o meu escritório, nosso quarto e nosso banheiro. Não deu tempo! Tenho que levantar entre 7 e 7 e meia, para que possamos estar no aeroporto na hora em que as "gurias" chegam!

Não dá pra pensar em mais nada, só na cama! Mil perdões a todos os que postaram comentários e mandaram mensagens. Li tudo, ontem, mas não deu pra responder a ninguém. Hei de encontrar um tempinho, amanhã ou depois, mesmo com minhas amigas aqui! Please, aguardem!

Beijos a todos!

segunda-feira, 23 de julho de 2007

A pedido do Oscar...



O Poeta
(1968)


Perguntaram-me, um dia: Quem és tu?
E eu respondi: Sou um pintor.
Riram de mim. E eu tive dó deles...
pobres olhos cegos! ...
... e olhei o sol que se punha!

Insistiram, então: Quem és tu?
E eu respondi: Sou um compositor.
Zombaram de novo. E eu tive dó deles...
pobres ouvidos surdos! ...
... e escutei os ruídos da noite!

Exclamaram, por fim: Quem és tu?!
E eu respondi: Sou um poeta!
Riram mais ainda. E eu chorei por eles...
pobres insensíveis! ...
... e fitei o céu estrelado!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Contrastes



Essa era eu em 1968 (não encontrei foto melhor, então tive que usar essa mesma). Tinha, então, 18 anos. Quando olho, hoje, vejo uma jovem bonita, esbelta, com um belo cabelo longo. No entanto, recordo claramente como me achava feia, gorda e vivia brigando com meu cabelo! A vida estava, então, praticamente toda a minha frente, esperando para ser explorada, experenciada, desfrutada. No entanto, eu escrevia coisas como as que seguem...


Vazio (1967)

Não sei o que faço
não sei como passo
os dias inteiros
que passam ligeiros
as horas que voam
que voam
que voam!
E o tempo a voar
e eu sem enxergar
o tempo que vem.
Sem imaginar
o tempo que vem.
Sentido o nada
no tempo que vem.
Vendo que não vem
o tempo que vem!
E eu sinto o vazio
eu sinto o infinito
eu sinto o branco...
ou o negro,
não sei!
Não sei se virão
os dias futuros.
Não sei que serei.
Não sei se serei.
Não se se serei
no tempo que vem!


Autômato (1968)

Sozinha
no espaço vazio da vida
caminho sem rumo.
O sangue quente,
e a alma morta.
Caminho mares,
mastigo lâmpadas,
não tenho forma ou cor.
Não sinto dores,
não tenho lágrimas,
meu riso é morto,
meu gesto é máquina.
Não sei o amigo;
sei lembranças flutuantes...
Sei que já existi.
Não sei se existo.



Essa sou eu hoje. Bem, a foto é do ano passado, mas a única coisa que mudou foi meu cabelo, que agora está loiro e um pouquinho mais comprido. Quem era gorda?????

Ah, se pudesse sentir, então, como hoje sinto... Quantas lágrimas teriam sido poupadas! Quantas crises existenciais teriam sido evitadas! Mas, enfim, talvez todas aquelas lágrimas e todas aquelas crises foram o caminho necessário para me conduzir aonde hoje estou. A vida é misteriosa... É uma luta constante, um aprendizado constante, uma sucessão alternada de alegrias e crises, um constante cair e levantar. Um dia, finalmente, descobrimo-nos capazes de apreciar nosso verdadeiro valor, de vivenciar um estado de felicidade permanente, não importa quão sérias as crises que momentaneamente possam nos acometer. Quando isso acontece, porém, estamos muito mais perto do ponto de chegada do que daquele de saída. Consigo ver uma única explicação para tal mistério... O ponto de chegada deve ser, na verdade, o verdadeiro ponto de saída! E tudo que aprendemos por aqui provavelmente será transportado para um plano superior, em que todos nossos aprendizados se somarão e nos transformarão em algo maior, divino, incompreensível.

Tragédia no Brasil

Acabo de ler, finalmente, algumas notícias (na Internet, naturalmente) sobre o acidente de ontem, em São Paulo. Mais uma horrível tragédia!

Lembrei-me de quando morava em São Paulo e viajava entre lá e Porto Alegre e vice-versa. Na época, nem havia Garulhos, era sempre o Congonhas, mesmo. Lembro-me de como temia o momento de decolagem e aterrissagem naquele aeroporto! Aquela pista, não das mais longas, terminando em cima da avenida e da cidade! Lembro-me da sensação quando o avião levantava vôo. Parecia que a pista ia terminar antes que ele conseguisse voar. Então a gente via a avenida logo ali abaixo, e os prédios, assustadoramente próximos! Na descida, de novo, os prédios ao redor, cada vez mais próximos... Quando atravessávamos a avenida, logo ali, como que ao alcance da mão, sabíamos que era o momento de tocar o solo. A sensação, então, era de que não haveria pista suficiente para dar tempo do avião parar. O corpo era empurrado contra o encosto do assento com tanta intensidade, o barulho era de ensurdecer... Era como se o piloto colocasse uma rocha pesadíssima sobre os freios... Era muito assustador! E eu sempre rezava, naqueles dois momentos, pedindo por nossa proteção, para que pudéssemos levantar vôo ou aterrissar sem acidentes!

Aquelas pessoas também devem ter rezado... Também devem ter sentido aquela sensação de que a pista não seria suficiente para dar tempo de o avião parar... E, desta vez, ele não parou. Difícil imaginar o terror que deve se apoderar de alguém em tal situação.

Nem ao menos sei se havia alguém conhecido naquele vôo. Por felicidade, ninguém que eu saiba, das minhas relações estreitas, estava viajando ontem para São Paulo. E, graças a Deus, minhas amigas, segunda-feira que vem, certamente voarão para Guarulhos, e não Congonhas! Que a Existência as proteja, de qualquer forma. E que proteja, também, e consiga trazer consolo, um dia, a todos aqueles que perderam familiares e amigos nessa tragédia!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Mudanças

Mudei de novo. Tentei inventar, mas acho que não "colou". Tentei fazer umas "sessões" permanentes, acima das postagens (citação do dia, momento musical do dia, foto do dia), mas ficou tudo muito longo e acabou por mascarar o início dos posts. Na verdade, Renatinha, não havia desativado os comentários. Acontece que aqueles não eram realmente posts. Eram "coisinhas do lado esquerdo" que inseri no corpo do blog, antes das postagens. Agora, chutei-os pra esquerda e deixei apenas o álbum de visitas antes dos posts. Espero que fique menos confuso. Foi bom o teu comentário, pois me fez perceber que a coisa não ia funcionar bem. Obrigada!

terça-feira, 17 de julho de 2007

Não consegui deixar ir...

Êta saudade doída!



Gonzaguinha era, para mim, como um amigo. Um amigo que conseguia traduzir minha alma em palavras e belas melodias, exatamente como eu gostaria de ser capaz de fazê-lo. Um dia, um triste dia, alguém cortou a frente de seu carro, na estrada. Ele partiu instantaneamente. Aquela pessoa provavelmente ainda permanece por aqui... Assim é a vida. Ninguém falou que ela é, necessariamente, justa. Não à primeira vista, ao menos. Ainda é bonita, Gonzaga, apesar de tudo. Mas o seria ainda mais se permanecesses entre nós, enriquecendo-a com tua poesia.

domingo, 15 de julho de 2007

Meme sério e importante!

Pela primeira vez, copio, na íntegra, um post de outro blog. É que este TINHA DE ser copiado. Já assinei, também. Fui número 1983 (ver abaixo). Usei meu nome de solteira, que ainda é meu nome no Brasil (por questões práticas, achei melhor não validar meu casamento lá, embora não houvesse nada que o impedisse em termos legais).


E aqui vai o post to Oscar Luiz, no Flainando na Web, em sua íntegra.

Participe também!

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Sábado, 14 de Julho de 2007

Assunto Sério e Importante

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Amigos, o amigo Sampson Moreira, do InovaVOX está lançando na blogosfera um meme (o que é meme?) diferente, com uma função social, e qualquer pessoa poderá participar divulgando em seu blog ou site, mesmo sem um convite direto para o meme. Trata-se de um abaixo-assinado pedindo que o Projeto de Lei 1756/2003, que trata de melhorias na atual Lei de Adoção, seja colocado o quanto antes na pauta da Câmara para votação.

Tudo o que você tem a fazer é ler o texto abaixo (claro), ASSINAR A PETIÇÃO (link disponibilizado no final do texto), depois copiar (texto, vídeo e links) e postar em seu site/blog convidando os seus parceiros e amigos a fazerem o mesmo. Se preferir e/ou achar necessário, poderá escrever seu próprio texto, ou acrescentar alguma opinião. Por favor, colaborem, isso é um exercício de cidadania.

Para facilitar, foi colocado com a cor azul tudo que tem que ser copiado, com exceção dos links que não tive como alterar pois seguem a cor padrão deste blog e, claro, o vídeo.

Importante para todos nós

O processo de adoção de crianças no Brasil é moroso e extremamente confuso.

Existem mais de 80 mil crianças abrigadas esperando uma solução. A grande maioria destas crianças não estão aptas à adoção, uma vez que o E.C.A. (lei que rege a adoção) busca readaptar a criança ao lar biológico antes de colocá-la para a adoção. O que ocorre é que a maioria destas crianças ficam abrigadas até completarem a maioridade e depois são “largadas” no mundo. Infelizmente é isto que acontece.

Por outro lado, existem milhares de pessoas querendo adotar, porém o procedimento além de ser extremamente moroso e burocrático não é igual em todos os Estados Brasileiros. A adoção consensual (quando a mãe biológica quer entregar a crianças à uma certa pessoa) não é aceito por todos os juízes, acarretando, novamente no abrigamento desta criança até sabe-se lá quando.

Por isto um grupo de pessoas resolveu criar uma petição para que o projeto de lei, que está desde 2003 para ser aprovado, seja colocado de imediato na pauta da câmara para votação. Para isto precisamos de 14mil assinaturas.

Então é isto que venho pedir a vocês, que entrem no link abaixo, leiam e assinem. E se possível peçam para seus amigos assinarem também.

Se o governo não busca a melhoria da nossa sociedade, cabe a nós, cidadãos buscá-la.

Contamos com vocês.

Desde já, agradecemos

Abraços.

Link para assinar a petição:
http://www.petitiononline.com/2007adoc/petition.html

Blog:
http://adocaoadoteessacausa.blogspot.com/

Comunidade no Orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=34575780

Canal no Youtube:
http://br.youtube.com/user/campanhaAEA

Esta campanha foi criada por um grupo de pessoas com a humilde pretensão de fazer a diferença, tentando promover um encontro entre adultos e crianças de forma que estes venham a formar uma família e estas famílias venham a formar cidadãos de bem.

CONVOCO ENTÃO TODOS OS MEUS AMIGOS E AMIGAS QUE SE INTERESSAREM PARA ESTE MEME!

Avisos importantes:
1. A idéia é popularizar a campanha na internet, utilizando-se da força que tem a blogosfera para arrecadar a quantidade necessária de assinaturas.
2. Lembrando que quem não é "qualificado" necessariamente como meu amigo, mas que queira participar, sinta-se convidado também.
3. O texto azul foi escrito por um membro da comunidade do Orkut.

MINHA ASSINATURA FOI A DE NÚMERO 1833, veja:

Obrigado meus amigos!

Respondendo aos comentários, finalmente!

Oi a todos! Estava tão atrasada em minha resposta aos comentários que achei melhor avisar a todos, via post, que finalmente respondi a todos!

Assim, se vocês deixaram um comentário e cansaram de ir verificar se havia uma resposta, podem fazê-lo agora.

Perdão pela demora!

Enquete

Em setembro de 1995, durante meu segundo semestre na Unisinos, a professora de Língua Portuguesa I pediu-nos para escrever um pequeno conto. As coordenadas eram: o conto deveria ser sobrenatural, e não deveríamos desfazer sua "sobrenaturalidade" ao final. Como todo conto que se preze, deveria conter um elemento surpresa. Agora divido-o com vocês e aproveito para fazer uma pequena pesquisa sobre algo que sempre me intrigou: será que as pessoas percebem como elemento surpresa o mesmo que eu pretendi que o fosse?

Assim, para aqueles que quiserem participar e me ajudar a descobrir a resposta, aqui fica a pergunta: qual pensam vocês ser o elemento surpresa deste conto?

O retorno

Na pequena sala de espera, uma ruivinha muito jovem, sentada à minha frente, escuta-me com atenção. Tudo para ela parece ser novo, e os belos olhos verdes brilham intensamente, num misto de espanto, temor e curiosidade.

— Fale-me sobre o acidente — pediu, baixando levemente a cabeça, como que para vencer a timidez e disfarçar a excitação.

— Foi na última sexta-feira. Meu marido e eu havíamos saído de Porto Alegre em torno das 9 da noite. O calor era sufocante, e o céu estava carregado de nuvens negras. Era visível que logo iria desabar uma tempestade. Mas Paulo tinha pressa de chegar a Pelotas, pois o irmão dele estava muito mal, e ele queria encontrá-lo ainda com vida. Tínhamos acabado de passar por Camaquã, quando a tempestade desabou sobre nós. O limpador do pára-brisa não conseguia dar conta de tanta água, e ainda assim Paulo dirigia em alta velocidade. Implorei que parasse o carro no acostamento, até a chuva amenizar, mas, como sempre, ele não me deu ouvidos e pisou ainda mais forte no acelerador. Compreendi que era melhor ficar calada. Meus músculos chegavam a doer, de tão retesados, e meus olhos estavam escancarados pelo medo e pela vontade de enxergar. Foi quando um relâmpago iluminou rapidamente a estrada, e aquela sombra enorme surgiu na nossa frente… acho que era um caminhão. Quando…

Nesse momento, a porta se abriu, e o homem que se retirava da sala permaneceu ali por um instante, trocando as últimas palavras com a pessoa que estava lá dentro.

A ruivinha olhou-me entre sorridente e apreensiva.

— É a sua vez. Boa sorte! Dizem que o supervisor daqui é bastante rigoroso…

— O próximo, por favor!

De dentro da sala, aquela voz incisiva, mas melodiosa, provocou-me um leve estremecimento. Entrei rapidamente, fechando a porta atrás de mim sem desviar os olhos daquele homem alto, de feições suaves e ao mesmo tempo viris, que de pé, atrás da mesa, sorria-me com o olhar. Estendeu-me a mão, sem sair do lugar, e seus lábios se abriram num sorriso encantador, fazendo meu coração pinotear dentro do peito.

— Luna!

Apertei a mão que ele me estendia, sentindo-me meio insegura e boba, e sentei-me com ar de colegial que vai ser argüida.

— Então, Luna, como se sente?

— Agora me sinto bem, obrigada. E é tão bom ser Luna novamente!

Ele me lançou um olhar cheio de seriedade, e por um momento meu peito contraiu-se, na expectativa do que viria a seguir. “Por que não fala logo?”, pensei, sem desviar os olhos. Mas ele, surpreendentemente, jogou o corpo para trás, na cadeira, e seu rosto distendeu-se num sorriso matreiro.

— Parabéns, Luna, você se saiu melhor do que esperávamos!

— Verdade?

— Sim — ele agora assumia novamente uma expressão séria — você conseguiu cumprir sua missão com êxito total. Mas, diga-me, como se sentiu logo após o choque com o caminhão? Como conseguiu reunir coragem para socorrer aquele homem que lhe maltratara durante tantos anos?

— Não sei, Sólon. Talvez eu inconscientemente soubesse que era preciso agir daquela forma. Confesso que não foi fácil. Quando percebi que havia apenas um ferimento superficial em minha perna, e que Paulo estava gravemente ferido, precisei resistir à tentação de deixá-lo ali, entregue à sua sorte, e correr em busca de minha liberdade.

— E resistiu muito bem, ainda mais se levarmos em consideração que nenhum carro parou para ajudá-la. Não estranhou o fato de conseguir carregá-lo?

— Num primeiro momento fiquei surpresa, mas imaginei que estava possuída por aquela força subre-humana que dizem se apoderar das pessoas em situações de emergência. O certo mesmo é que eu estava atordoada e não me impressionei muito com aquilo.

— E a casa? Você também não achou estranho encontrar aquela casinha perdida no meio do campo, sem alma viva por perto, com a porta destrancada e suprida com o necessário para você se alimentar e cuidar de Paulo?

— Eu não estava em condições de raciocinar, Sólon. Não sei o que pensei. Acho que imaginei que, por ser assim tão isolada, o dono houvesse se ausentado por uns dias sem se preocupar em trancá-la.

— Você não desconfiou de nada mesmo?

— Não, não desconfiei. E você sabe que estou falando a verdade. Tudo o que conseguia pensar era que eu poderia ir embora, se quisesse. Paulo piorava rapidamente, e era visível que não resistiria por muito tempo. Eu tentava me convencer de que de nada adiantaria ficar com ele, e que deveria ir em busca de socorro, pois meu ferimento aparentava estar infeccionando. Era extremamente difícil para mim permanecer de livre e espontânea vontade naquele pesadelo por causa de um homem que só me fizera sofrer. Mas o fato é que jamais conseguiria abandoná-lo, pois acima de tudo, acima de ser Paulo, ele era um ser humano. Quando percebi que não respirava mais, e que seu coração havia parado de bater, então saí em busca de socorro. Foram cinco dias de inferno!

Minha voz entrecortou-se, e cerrei os olhos que, a contragosto, enchiam-se de lágrimas. Quando olhei novamente para Sólon, em seu rosto havia um misto de admiração e de incontida ternura. Um tremor intenso percorreu meu corpo. Ele sacudiu a cabeça, num gesto instintivo, como se quisesse espantar a emoção, e retomou o assunto.

— E quando você chegou ao posto de gasolina e percebeu que ninguém conseguia enxergá-la ou escutá-la, como se sentiu?

Eu sorri, relembrando aquele momento que, agora, parecia-me até engraçado.

— Primeiro fiquei furiosa, achando que todos eram mal-educados e insensíveis. Depois fui ficando desesperada, pois percebi que eles realmente não me viam e não me ouviam. E então, subitamente, compreendi tudo.

— E como reagiu?

— Não sei dizer. Depois daquele instante, só me recordo de haver acordado, aqui, fortemente amarrada à cama. Por que me amarraram, Sólon?

Ele sorriu de novo com aquele jeito matreiro.

— Porque você parecia não querer ficar conosco. Tentou fugir, gritou, esperneou, e a única solução que encontramos foi amarrá-la e dar-lhe um calmante para que dormisse um pouco. Isso é comum acontecer quando se volta através de acidente. A doença prepara melhor, e você, até agora, havia voltado sempre através de doenças. Mas fico feliz em constatar sua pronta recuperação. Você realmente se saiu muito bem, Luna! Se depender deste relatório — apontou para os papéis sobre a mesa — sua permanência aqui, desta vez, poderá ser mais prolongada. Sei que posso parecer um tanto suspeito, mas assino-o com a consciência absolutamente tranqüila.

Levantou-se e começou a arrumar as folhas, sem pressa, e eu permaneci sentada, saboreando aquela gostosa sensação de felicidade. Foi então que me lembrei de Paulo.

— E meu marido?

— Quem?

— Paulo, meu marido.

— Luna…

— Desculpe, por um momento me esqueci de que agora não temos mais nada a ver um com ou outro.

— Não se preocupe, isso é normal. Você chegou apenas ontem. Paulo não está nada bem. É provável que permaneça amarrado por um longo tempo. Mas isso não é mais problema seu, compreende?

Enquanto falava, aproximou-se de mim e estendeu-me as duas mãos, para que eu me levantasse. Aquela proximidade perturbou-me de tal forma, que não consegui encará-lo. Ele então pegou meu queixo, suavemente, e obrigou-me a levantar o rosto. O azul de seus olhos tornara-se escuro e intenso.

— Senti sua falta, Luna.

Tentei brincar, para disfarçar a emoção que me invadia:

— Já eu não posso dizer o mesmo, uma vez que vocês não me permitiam lembrar daqui.

— É verdade… — ele sorriu — …E quanto à recepção para os recém-chegados, hoje à noite, você pretende ir?

— Bem… eu…

Ele levantou meu rosto novamente, e seus olhos agora estavam ainda mais escuros. Olhou-me com uma intensidade que chegava a ser difícil de suportar.

— Quanto a mim, sou obrigado a ir até lá, para cumprimentar os que voltaram, mas não vou me demorar. Seu alojamento ainda é o número 7?

Tentei responder, mas a voz não me saiu. Apenas balancei a cabeça, num gesto afirmativo.

Ele acariciou meus cabelos e beijou-me demoradamente na testa.

— Até mais tarde, então. Feliz retorno, Luna!

sábado, 14 de julho de 2007

Virando os 500


Tive que voltar, para registrar a virada das quinhentas visitas! E, desta vez, apenas 5 dias!
Agora, post comemorativo só quando chegar nas 1000.
Obrigada a todos vocês que me visitaram, que me visitarão pela primeira vez e, sobretudo, àqueles que voltarão a me visitar!

500 visits! This time, it took only 5 days! Now, we'll celebrate only when we reach the 1000. Thank you so much to all who have visited me, will do it for the first time, and, above all, to those who will come back to visit me again!



sexta-feira, 13 de julho de 2007

Livro de Visitas

Meu mapa anterior não tava dando IBOPE, daí troquei pelo "Guest Book" que quase vocês todos têem. PLEASE, assinem!!! É fácil, de graça, não dói nada e vai me fazer feliz!
Brigadinha!

Ausência!

Ai, sei, sei... Ausente! Ausente! Ausente! Não tá dando pra postar. Tenho andado numa correria danada. Manhã é sábado (que é minha sexta), daí vou ver o que consigo fazer, apesar de ter que limpar a casa e arrumá-la para esperar pelas "gurias".

Não desanimem, please! Tenho lido todos os comentários, apenas não pude respondê-los. Voltarei em breve!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Meme curtinho

Beth convidou-me para um meme, também. Segundo ela, só dizer 2 coisas que você odeia e 1 coisa que você adora. Só isso. Simples e complicado. Logo para mim...uma aquariana de segundo decanato, com ascendente em sargitário?" Bem, meu ascendente não é sagitário (é duplo, Aquário/Peixes), mas também sou aquariana do segundo decanato! Assim, vamos lá, à simples/complicada tarefa (muito mais complicada do que simples, na verdade, pois é MUITO difícil, para mim, ser curta e objetiva)! Seria "um pouquinhozinho" mais fácil se fossem duas coisas que eu adoro e uma que odeio. Enfim... Tenho que tentar... Tenho que tentar... Tenho que tentar...!

ODEIO
1- Falsidade
2- Violência

ADORO
Plantar sementes e vê-las germinar e crescer

Agora, convido para participar deste meme: Oscar Luiz, Tânia, Renatinha, Van e Blogiana!

Pesquisa: Podemos ou não dar nome a coisas?

Beth, minha nova amiga blogueira, do Lindo Sorriso, deixou um comentário, no post sobre a "Samantha", em que dizia, entre outras coisas... "kkkkkkkkkkk .... Sempre pensei em dar nome aos meus carros .... mas sei lá .... uma vez eu li que vc não pode dar nomes a nada pq caso contrário vc se apega ..... kkkkkkkkk ........."

Minha resposta iniciou assim... "Pois é, Beth. Sei que carro é apenas uma coisa e, como tal, não deveria receber um nome. Mas é tradição, antes de mais nada! É, também, uma brincadeira. Além disso, o carro que a gente usa diariamente, por quase duas horas, indo para e voltando do trabalho, acaba se tornando um pouco mais que uma coisa como qualquer outra."

Então, enquanto continuava respondendo, percebi que gostaria de postar minha resposta, e fazer uma pesquisa entre meus amigos blogueiros.

Continuei respondendo que (na minha opinião, naturalmente) o carro que a gente usa assim, tão amiúde, é em grande parte responsável pelo nosso conforto e bem estar, pela nossa segurança, e, mesmo, pela nossa vida. Ele nos proporciona, entre outras coisas, a oportunidade de aprender um novo idioma, escutar o noticiário, saber como estão as estradas à nossa frente (e evitar congestionamentos e, conseqüentemente, evitar chegar atrasado ao serviço), escutar belas canções (aí, a qualidade do som faz uma diferença enorme!)... Nele, sentimos frio ou calor, ou nos sentimos aclimatados... Sentimos dor nas costas, nos joelhos, cãimbra na barriga da perna, ou não... Nele, nosso pescoço fica tenso e doído, ou não... Chegamos em casa mais cansados, ou mais relaxados... Sentimo-nos confiantes ou inseguros... E assim por diante. Tudo dependendo dele, do que ele é capaz de nos proporcionar, ou não... O carro, nesse caso, é uma coisa um pouco especial, ao qual, mesmo sem nome, acabaremos por nos apegar um pouco, ainda que involuntariamente, devido à longa e estreita convivência.

Enfim, entendo e respeito a filosofia do "não-nomear" coisas, mas não me sinto materialista por dar nome a certas dessas coisas, às vezes. Jamais deixaria escrito, como um de meus últimos desejos: "Por favor, enterrem meu carro comigo!". Bem, na verdade, nem mesmo quero ser enterrada, mas sim cremada. Enfim, não vou pedir para "cremarem" "Samantha" comigo!

Além disso, filosofias e psicologias à parte, é sempre divertido falar com as pessoas chamando o carro pelo nome. Geralmente, dá margem a alguns momentos de bom humor e risos.

Enfim, aqui lanço minha pesquisa: qual a opinião de vocês, meus queridos leitores, sobre o assunto? Pode-se ou não dar nome a um carro ou a outras coisas?

Aguardo pelas respostas!

Participe!

domingo, 8 de julho de 2007

E por falar em amor, nunca é demais repetir...

Visitas e prêmio

Hoje foi, definitivamente, o MEU dia!

Primeiro, encontro um comentário do meu filhão! Ocupado como é, trabalhando e estudando, quase não tem tempo de me visitar, quanto menos de deixar comentários. Mas deixou, e me fez muito feliz! A seguir, econtro um comentário do primo Oscar! Falarei sobre ele a seguir... Finalmente, encontro um comentário da Tiazinha! Daí não segurei!

Obrigadíssima aos três por me fazerem feliz!

Bem, quanto ao comentário do Oscar...

FUI PREMIADA NOVAMENTE!!!

Meu segundo prêmio! E este é um prêmio tão belo, pois tudo que fala de amor é sempre belo!

Pois é... Meu primo Oscar, desta vez pelo By Osc@r Luiz, outorgou ao meu modesto Rincão o ...

"Cupido Fonte de Amor"!



Puxa, primo, obrigadíssima! Legal receber um prêmio por falar sobre, ou simplesmente transmitir amor, mesmo que sem palavras!

Cabe-me, agora, outorgar o prêmio a cinco outros blogs. Desta vez foi um pouco mais fácil (ainda que seja sempre difícil escolher uns e não outros), pois tenho expandido, pouco a pouco, meu universo "blogal".

Repito duas premiações anteriores, e acrescento três novas. Não nomeio nenhum dos blogs do meu querido primo, neste momento, porque não é de bom tom "mandar um presente de volta", ou retribuí-lo com presente idêntico.

Assim, lá vão minhas cinco nomeações...

* Blogiana, por seu amor maternal que precisa transbordar, de tão imenso que é.

* Juli, do Lágrimas e Sorrisos, cujo título já diz tudo!

* Van, do Van Filosofia!, acima de tudo por seu amor-paixão pela música e pelo cantar.

* Lilia, do Vadiando, por seu amor à vida. Lilia nem sequer me conhece, mas visito seu blog regularmente, e acho que temos bastante em comum (incluindo o fato de termos casado com homens a quem conhecemos pela Internet).

* Tânia Defensora, por seu amor universal e, muito especialmente, pelo seguinte post, que me emocionou bastante...

Ainda sonhando

Escrevi estas palavras há pelo menos 10 anos. Hoje, revirando as coisas antigas eis que encontro em uma folha amarelada isso... que chamo de poesia...

Deixo aqui em homenagem ao meu marido belíssimo que amo intensamente:

Nem bem acordei
notei seu perfume
invadir meus sentidos
de fora a fora.
Nem bem acordei
me lembrei de nós dois a sós,
ouvi sua vóz,
esqueci do agora.
Nem bei acordei
vi o seu rosto,
senti o seu gosto.
Ainda na cama,
sob o efeito do sono,
meu desejo te chama
para perto de mim, sua imagem me aquece
e me fornece uma alegria sem fim!
Vem! Aqui estou te esperando,
tentando não sentir a falta
que só você me faz.
Vem! Quero desfrutar
do êxtase que só você me traz.

Parabéns a todas! E obrigada pelas belas mensagens que nos oferecem sempre!

Beijão!